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Imagem adquirida pelo Google Imagens |
Pelé, Garrincha e Robinho, são grandes exemplos do futebol que mostra onde maior parte dos brasileiros das classes menos privilegiadas sabe o que faz com uma bola no pé. Jogando em campos de barro, com bolas remendadas, furadas, velhas, sujas, com os pés descalços, a gurizada faz a festa, e sempre sonhando jogar em time grandes, ou até na seleção.
E com a nossa turma não foi diferente. Jogando juntos desde a infância, sem ideia de que um dia nos tornaríamos o Fúria Jovem, a gurizada já vinha se "quebrando" campo a fora. Começamos jogando num campinho na rua IV de Maio, onde a bola caía na vizinha, que não devolvia mais, e quando devolvia, era furada. O campinho era tão pequeno que três contra três era muita gente, e nem dava pra correr direito. A galera jogou também, em poucas oportunidades, no campo da Brigada Militar, entretanto o deslocamento complicava. Mas o lugar onde no firmamos, foi no campinho do cemitério.
O campinho do cemitério fica atrás do cemitério (obvio), praticamente todo fim de tarde o time se reúne com mais alguns amantes do futebol pra bater uma bolinha lá. Várias vezes as dimensões do campo foram alteradas, dias de capina pra piazada pode joga o sábado e o domingo inteiro. As goleiras rusticas feitas de pedaços de troncos nós mesmos fizemos, redes não existem, e o terreno das mais variadas situações complicava as vezes. O campo é ingrime de uma lateral para a outra, onde do lado de cima tem grama, no meio um buraco, que quando chove deixa umas valetas, e mais em baixo tem areia e um pouco de saibro, sem falar do mato que faz divisa com a linha lateral que agente arranca quando chuta a bola d'aquele lado. Atrás de uma das goleiras até tem um espaço pra bola ir, tirando os maricas cheios de espinhos, e da outra goleira também tem um espacinho, mas a bola sempre vai la nos matão.
Entretanto, mesmo com todas essas controvercias, agente se diverte, jogando nas dificuldades aprendemos a supera-las, e quando encontramos o caminho das quadras, demonstramos o que praticamos nos nossos tempos livres. Campo de terra ou não, nosso futebol só tende a crescer, e nossos adversários, que se preparem.